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1990 |
1. | Overture |
2. | |
3. | Baú Metóro |
4. | |
5. | Hoeiepereiga |
6. | Estórias da Floresta (Stories of the Forest) |
7. | |
8. | Awasi |
9. | |
10. | |
11. | |
12. | Que virá dessa Escuridão? |
13. | Curi Curi |
14. | Nozani Na |
15. | Baridjumokó |
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Txai é fortaleza que não cai
Mesmo se um dia a gente sai
Fica no peito essa dor
Txai, este pedaço em meu ser
Tua presença vai bater
E vamos ser um só
Lá onde tudo é e apareceu
Como a beleza que o sol te deu
É tarde longe também sou eu
Txai, a tua seta viajou
Chamou o tempo e parou
Dentro de todos nós
Já vai ia levando o meu amor
Para molhar teus olhos
E fazer tudo bem
Te desejar como o vento
porque a tarde cai
Txai é quando sou o teu igual
Dou o que tenho de melhor
E guardo teu sinal
Lá onde a saudade vem contar
Tantas lembranças numa só
Todas metadesm, todos inteiros
Todos se chamam txai
Txai, tudo se chama nuvem
Tudo se chama rio
Tudo que vai nascer
Txai, onde achei coragem
De ser metade todo teu
Outra metade eu
Porque a tarde cai
E dona lua vai chegar
Com sua noite longa
Ser para sempre txai
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Nunca é igual
Se for bem natural
Se for de coração
Além do bem e do mal
Coisas da vida
O amor enfim
Ficou senhor de mim
E eu fiquei assim
Calado, sem latim
Coisas da vida
Como foi que eu cheguei aqui
Quem me diria
Que esse era meu fim
Olho no teu olhar
A testa de estar
De bem com a vida
O luar girou
A sorte me pegou
Tesouro
Te encontrarei sem garimpar
No ouro da paixão
Na febre da paixão
Então em mim
Ser o senhor e ser a presa
É um mistério, a maior beleza
Amor é dom da natureza
Amar é lago que não escravisa
Nunca é igual
Se for bem natural
Se for de coração
Slém do bem e do mal
Coisas da vida...
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Estórias da Floresta (Stories of the Forest) |
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Ter de resistir à dor, à dor.
Sem comprender por que à dor, à dor.
Ter de suportar viver à dor, à dor.
E sem merecer à dor, à dor.
Se é esse o meu destino,
quem é o algoz que o traçou.
Quem me contaminou.
Quem me doou a dor.
Homem não existe para ser só animal.
A sua história é mais que corporal.
Abre o sentido para ter, a liberdade.
Com todo mundo que é seu igual,
E solidário.
Pensará...
Amará...
Sonhará...
Saberá...
Que a felicidade da cidade
Não tem que o mato matar.
Ai a dor vai nos unir,
O fim da dor começa e assim,
É o filho que não para de crescer,
A fruta que vai madurar,
Aquela mão,
Aquela paz,
Morena,
É aquêle olhar
Que é sempre, verde verde já
É aquele gesto humano,
É aquela voz humana,
É aquele amor humano,
Que chega e diz que vai ficar.
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Oco de pau que diz:
Eu sou madeira, beira
Boa, dá vau, triztriz
Risca certeira
Meio a meio o rio ri
Silencioso, sério
Nosso pai não diz, diz:
Risca terceira
Água da palavra
Água calada, pura
Água da palavra
Água de rosa dura
Proa da palavra
Duro silêncio, nosso pai
Margem da palavra
Entre as escuras duas
Margens da palavra
Clareira, luz madura
Rosa da palavra
Puro silêncio, nosso pai
Meio a meio o rio ri
Por entre as árvores da vida
O rio riu, ri
Por sob a risca da canoa
O rio riu, ri
O que ninguém jamais olvida
Ouvi, ouvi, ouvi
A voz das águas
Asa da palavra
Asa parada agora
Casa da palavra
Onde o silêncio mora
Brasa da palavra
A hora clara, nosso pai
Hora da palavra
Quando não se diz nada
Fora da palavra
Quando mais dentro aflora
Tora da palavra
Rio, pau enorme, nosso pai
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Essa canção é o nome de um curumim
do povo Kampa e é dedicada a todos os
curumins de todas as raças do mundo
Beija-flor me chamou: olha
Lua branca chegou: na hora
O beija-mar me deu prova
Uma estrela bem nova
Na luminária da mata
Força que vem e renova
Beija-flor de amor me leva
Como o vento levou a folha
Minha mamãe soberana
Minha floresta de jóia
Tu que dás brilho na sombra
Brilhas também lá na praia
Beija-flor me mandou embora
Trabalhar e abrir os olhos
Estrela d'água que molha
Tudo o que ama e chora
Some na curva do rio
Tudo é dentro e fora
Minha floresta de jóia
Tem a água, tem a água
Tem aquela imensidão
Tem a sombra da floresta
Tem a luz do coração
Bem-querer!!!
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Vem e me abraça me leva
Pra beira do igarapé,
Mapas escorrem das mãos
Que vão me fazer cafuné.
A vida começa agora,
Ilhas de mel, são rios de mel,
Remansos e correnteza.
Sertão das águas,
O amor quando quer é bater e valer,
Inunda os dias de sol,
Pode chover se quiser.
Lá no sertão, quando vem a noite chover estrelas,
Pingos de luz, são gotas de luz,
Teus olhos na corredeira,
Sertão veredas do Grão-Pará.
Sertão canoa das populações ribeirinhas
Que vivem dos frutos da mata
E que não podem a floresta ver destruída.
Não venha o fogo queimar,
Nem trator correr, arrastar
Pra que a vida queira pulsar e correr.
Rede que embala o amor
E lambuza de tamba-tajá,
Lábios com fino licor,
Sede de se lambuzar.
O meu pensamento voa,
Chega primeiro a minha voz,
Cai nos meus braços,
Aperta os laços, desfaz os nós.
O grito dessas pessoas
No fundo dos seringais,
Devia ser escutado
Em Beléns e Manais.
Corre nas veias remar e seguir a viagem,
Viver só carece coragem;
Esperança que a paz
Reine na floresta.
Não venha o fogo queimar,
Nem trator correr, arrastar,
Pra que a vida queria pulsar e correr.
Sertão das águas,
O amor quando quer é bater e valer,
Inunda os dias de sol
E pode chover se quiser.
O meu pensamento vai,
Chega primeiro a minha voz,
Cai nos meus braços,
Aperta os laços, desfaz os nós.
O grito dessas pessoas
Dos fundos dos seringais,
Precisa ser escutado
Em Beléns e Manais.
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Que virá dessa Escuridão? |
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